Sete informações que as pessoas precisam saber antes de contratar um plano de previdência

Sandro Bonfim*

Antes de começar qualquer investimento é preciso conhecer suas particularidades e como é possível ter os ganhos necessários para realizar seus objetivos. Com foco na viabilização de projetos de vida de longo prazo, os planos de previdência privada estão crescendo no Brasil: até abril de 2015 a evolução foi de 32,1% em arrecadação.

Conheça a sete questões que todo investidor precisa saber antes de contratar um plano de previdência privada.

1.     Por que definir um projeto de vida?

Defina os projetos de vida que você pretende realizar, pois quando se tem clareza dos objetivos, a ação de abdicar do consumo hoje para investir em um projeto no amanhã ganha significado. Neste contexto, a previdência privada se apresenta um vantajoso instrumento de acúmulo de recursos no longo prazo, que além dos benefícios fiscais e tributários, incentiva a disciplina por meio das contribuições mensais.

2.     Como escolher a instituição financeira que vai cuidar do seu investimento?

Como em todo investimento, a escolha da instituição que irá administrar seus recursos deve ser feita com bastante critério. Avalie seu histórico no mercado, sua reputação, bem como seus índices de menções no Procon e sites de reclamações. É fundamental também levar em consideração a solidez da

organização, lembrando que um plano de previdência privada pressupõe uma relação de longo prazo entre a seguradora e você. Procure analisar se a empresa escolhida se preocupa com controles e processos e, assim, reúne uma série de mecanismos que lhe proporcione segurança. Afinal, seus recursos financeiros devem estar em boas mãos.

3.     Como comparar a rentabilidade?

Previdência privada é voltada para o longo prazo; por isso, há que se observar o desempenho em intervalos maiores (acompanhe a rentabilidade de no mínimo 36 meses), pois a natureza de alocação dos fundos também segue uma estratégia para este período de tempo. Importante destacar que a escolha de um provedor que compatibilize segurança e rentabilidade superior, atrelada a um fundo adequado ao perfil e objetivos de cada cliente, podem agregar resultados expressivos no longo prazo. Nesse sentido, um ganho adicional aparentemente pequeno, como por exemplo 0,5% a mais de rentabilidade anual, somarão um valor representativo na reserva que está sendo construída.

Mas lembre-se de que previdência não se trata apenas de um fundo, mas, sim, de um produto de acúmulo de recursos com outros benefícios, tais como fiscais e tributários, a ausência de come-cotas (que é uma cobrança antecipada do Imposto de Renda que incide sobre os rendimentos e que ocorre de forma automática em fundos convencionais), entre outros.

4.     Quais taxas vão incidir sobre o plano?

Duas taxas incidirão sobre seu plano, a taxa de administração financeira e a taxa de carregamento.

A taxa de administração financeira é cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro do fundo de investimento e pode variar de acordo com as condições comerciais do plano contratado. Os que têm fundos com investimentos em ações, por exigirem maior expertise do gestor e maior expectativa de retorno no médio e longo prazo, normalmente têm taxas um pouco maiores do que aqueles que investem apenas em renda fixa. Esta taxa é cobrada diariamente sobre o valor total da reserva e a rentabilidade informada é líquida, ou seja, com o valor da taxa de administração já debitado.

A taxa de carregamento incide sobre cada depósito que é feito no plano. Ela serve para cobrir despesas de corretagem e administração. Na maioria dos casos, a cobrança dessa taxa não ultrapassa 5% sobre o valor de cada contribuição que você fizer. No mercado há três formas de taxa de carregamento, dependendo do plano contratado. São elas:

Antecipada: incide no momento do aporte. Esta taxa, dependendo da instituição, pode ser decrescente em função do valor do aporte e do montante acumulado.

Postecipada: incide somente em caso de portabilidade ou resgates. Na Brasilprev, esta pode ser decrescente em função do tempo de permanência no plano, podendo chegar a zero. Ou seja, quanto maior o tempo de permanência, menor será a taxa.

Ainda na Brasilprev, as taxas variam de acordo com a reserva do plano, o tempo de permanência e o nível de relacionamento do cliente com o Banco do Brasil. Hoje, a companhia oferece opções de planos com taxa de carregamento antecipada zero para todos os segmentos de clientes e a taxa de carregamento postecipada pode zerar em função do tempo de permanência no plano.

5.     Como você realiza a declaração do imposto de renda?

A partir dessa resposta você poderá definir qual produto contratar: o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é indicado para quem realiza a declaração completa, pois permite abater do Imposto de Renda (IR) os aportes ao plano até um limite máximo de 12% da renda bruta tributável.

Já a modalidade Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) é indicada para quem é isento da declaração ou a realiza de maneira simples, pois não permite abater os aportes do IR. Também é indicado para quem já investe em um PGBL, mas quer investir mais de 12% de sua renda bruta em previdência privada. Neste produto o IR incidirá apenas sobre os rendimentos e não sobre o total acumulado no plano.

6.     Qual modelo da tabela de tributação escolher?

Uma das escolhas ao adquirir um plano é a tabela do Imposto de Renda em que os recursos serão tributados: Progressiva ou Regressiva. Na Tabela Regressiva, a pessoa será tributada de acordo com o tempo decorrido de cada aporte até o momento do resgate, iniciando com uma alíquota de 35% e decrescendo a um patamar mínimo de 10% após 10 anos. A segunda é a Tabela Progressiva, na qual o investidor estará sujeito, em caso de resgate, a retenção de 15% de IR na fonte e compensação na declaração anual do IR com base na tabela em vigor. A escolha do regime tributário deve levar em consideração o volume de aportes e a data-alvo do investimento.

7.     Em que fundos é possível alocar?

No momento de escolha dos fundos de investimentos, o diferencial da previdência é contar com fundos que se adequam ao perfil de cada indivíduo, desde fundos com 100% em renda fixa até fundos com 49% em renda variável, o que pode ser muito atrativo para quem tem o foco no longo prazo.

*Sandro Bonfim é superintendente de Produtos Brasilprev Seguros e Previdência, tem mais de 15 anos de experiência no setor financeiro e em previdência complementar. Também atuou profissionalmente nas áreas de operações, comercial e de marketing.



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