Pagamentos de dívidas e investimentos devem ser destino do 13º dos aposentados

Caio Prates, do Portal Previdência Total

O controle financeiro, o pagamento de dívidas e investimento em fundos de renda fixa são algumas recomendações de economistas para os aposentados e pensionistas do INSS que irão receber a antecipação.

“Estes recursos não devem ser considerados como ‘extras’, mas sim apenas uma antecipação do 13º salário, ou seja, uma antecipação de um recebível que ocorreria apenas no final do ano. Por isso, é muito importante manter um controle financeiro e utilizar de forma coerente e com equilíbrio estes recursos”, orienta o economista Erick Herbert Thau, da Técnica Finance Advisory e sócio da Salix Group.

Os especialistas observam que o pagamento de dívidas deve ser o primeiro destino do dinheiro. “O ideal é que se realize o pagamento de dívidas, começando pelas mais caras, como cartão de crédito e cheque especial. Se o montante for suficiente, quitar urgentemente estas dívidas, pois são as que possuem as maiores taxas de juros e podem se transformar em dívidas impagáveis”, aponta Thau.

A educadora financeira Cintia Senna, da DSOP Educação Financeira, ressalva que é importante aproveitar esse dinheiro para começar um controle financeiro efetivo. “Utilizar os recursos da antecipação para quitar dívidas ou antecipar parcelas não apenas não resolverá a causa do ‘problema financeiro’ que fez chegar a essa necessidade como acabará rapidamente com o recurso recebido. Opte por reservar esse dinheiro que recebeu, e busque identificar o que fez ou causou a necessidade de ter muitas dívidas e, assim, poderá desfrutar melhor dessa e da próxima parcela do décimo-terceiro”, afirma.

Aplicação

Erick Thau observa que, caso o valor recebido seja suficiente para quitar dívidas e ainda sobre recursos, a recomendação é a aplicação destes recursos. “Vivemos um momento conturbado da economia brasileira, o que chamamos de estagflação, ou seja, uma retração da economia com uma inflação alta. É altamente recomendável ter recursos aplicados para um eventual descontrole financeiro, que pode ser causado por alguma despesa não prevista, como doenças, reformas necessárias no imóvel, entre outras”, alerta.
 
O economista também orienta evitar a poupança e a previdência privada neste momento. “Não é recomendável o investimento em poupança, apesar de ser a aplicação mais popular. Isso porque, em razão da inflação alta projetada para 2015, na casa de 9,5% ao ano, quem investir em poupança obterá ganhos reais negativos, pois os rendimentos não serão suficientes para compensar a inflação do período. Da mesma forma, ocorrerá com a previdência privada. Recomendo investir em alguns fundos de renda fixa (atrelados à Selic) e alguns títulos do tesouro (pós fixados atrelados à Selic) que apresentarão rendimentos maiores que a inflação”.

A educadora ressalta que o aposentado deve evitar adquirir crédito consignado. “Dê preferência a poupar os recursos e com o tempo ter o valor suficiente para adquirir o que queria de forma parcelada. Além de ser saudável fazer um diagnóstico dos seus hábitos e comportamentos de consumo e gastos, para evitar problemas futuros, conclui Cintia Senna.

 

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