Corinthians terá de arcar com seguro de vida de jogador assassinado

Fernando Porfírio

A Justiça de São Paulo negou pedido do Corinthians que pretendia condenar o América Futebol Clube a pagar ao time paulista o valor de R$ 1 milhão, por não contratar seguro de vida do jogador William Morais. O craque foi morto, em fevereiro de 2011, durante uma tentativa de assalto, em Belo Horizonte (MG), quando estava emprestado ao América. A decisão é da juíza Carmen Lúcia da Silva, da 23ª Vara Cível da Capital paulista.

O time paulista diz que o América-MG é responsável pelo descumprimento do acordo e acusa o clube mineiro de inércia. A magistrada não deu razão ao Corinthians que, segundo ela, não provou que entregou ao América-MG cópia do contrato celebrado entre os dois clubes para a transferência temporária do atleta. Esse documento seria essencial para a assinatura da apólice de seguro.

“O ônus da prova é daquele que alega, e cabia ao autor [Corinthians] demonstrar a existência de seu direito”, afirmou a juíza. “O demandante [Corinthians] não logrou comprovar qualquer indício de que entregou cópia do contrato celebrado entre as partes e o réu”, completou a magistrada para chegar à decisão.

William Morais, de apenas 19 anos, era considerado uma das boas promessas das categorias de base do clube paulista. Meia, com bom porte físico e veloz, chegou ao elenco principal pelas mãos de Mano Menezes e marcou dois gols no profissional.

No início de 2011, o jogador foi transferido para o América-MG, temporariamente, pelo prazo de um ano. O Corinthians diz que entregou o contrato ao time mineiro. O time mineiro sustenta que até o final de janeiro o time paulista não entregou a minuta do contrato assinados pelos clubes e o jogados. De acordo com o América-MG esse foi o motivo que impossibilitou dar início à contratação do seguro.

Enquanto não resolvia a disputa judicial, a diretoria do Corinthians decidiu pagar os salários de William Morais à mãe do atleta até o final de julho deste ano, data que se encerraria o vínculo do jogador com o clube paulista. No entanto, a família diz que até agora não recebeu o valor do seguro de vida de William.

Latrocínio

Em 2011, sentença da juíza Neide da Silva Martins, da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, julgou procedente a ação penal movida pelo Ministério Público, condenando Darisson Carlos Ferraz da Silva, de 18 anos, Hebert Silva Lopes da Silva, 18, e Daivisson Carlos Bazílio Moreira, de 23 anos, pelo latrocínio (roubo seguido de morte) que vitimou o jogador de futebol.

De acordo com informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Darisson e Hebert foram condenados a 20 anos e seis meses cada, enquanto que Daivisson foi condenado a 21 anos e seis meses. As penas foram diferentes porque Darisson e Hebert tinham menos de 21 anos na data do crime. Já o réu Daivisson, foi imposta agravante da reincidência criminal, pois ele tinha passagens na Justiça.



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