Maioria dos consumidores da terceira idade não tem reserva financeira

Pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz sobre a atividade econômica na terceira idade revelou que a maioria (57%) dos consumidores com mais de 60 anos não possui qualquer tipo reserva financeira ou investimentos. Foram entrevistadas 632 pessoas com mais de 60 anos, de todas as capitais brasileiras.

De acordo com o estudo, apesar de 72% dos consumidores com mais de 60 anos declararem ter atualmente uma situação financeira estável, essa tranquilidade parece não ter sido conquistada com uma preparação financeira ao longo dos anos para aproveitar a terceira idade.

A maioria dos idosos entrevistados está na corda bamba quando o assunto é imprevistos: 57% não possuem nenhum tipo de investimento ou qualquer reserva de dinheiro. "Essa situação é ainda mais comum entre os entrevistados com baixa escolaridade [68%] e os pertencentes à classe D e E [77%]", afirma a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Para a especialista, esse tipo de reserva é essencial - principalmente na terceira idade. "É o momento em que a pessoa precisa ter uma boa poupança para lidar com imprevistos de saúde, arcar com despesas de remédios, completar os itens básicos do mês que não puderam ser comprados com a aposentadoria e, claro, aproveitar os prazeres dessa fase da vida", orienta Kawauti.

Segundo dados do estudo, é a preocupação com os familiares e amigos é um dos principais motivos para os consumidores com mais de 60 anos não conseguirem fazer um pé de meia: quase a metade dos idosos entrevistados (47%) garante que pensa no futuro da família e acaba deixando de fazer coisas que gostaria para manter uma reserva financeira.

Dívidas

As dívidas em atraso, segundo o estudo, são uma realidade presente na vida destes consumidores: três em cada dez (32%) já tiveram o nome incluído em serviços de proteção ao crédito somente no último ano. E de acordo com estimativas do SPC Brasil, o número de idosos inadimplentes já chega a 4 milhões de pessoas, o que representa cerca de 25% da população acima de 65 anos.

"A média nacional de crescimento de pessoas inadimplentes nas bases do SPC Brasil atualmente é de 3,8%. Quando consideramos só a população entre 64 e 94 anos, o crescimento é de 7,5%, bem acima da média", afirma Kawauti.

A pesquisa aponta que a causa mais comum para os idosos terem o nome negativado é ter ajudado pessoas próximas. Segundo o estudo, a segunda causa mais comum, com 19%, das respostas, é o mau planejamento financeiro, seguido de problemas de saúde (11%), descontrole dos gastos (8%) e de cobranças indevidas (6%).



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