Previdência Complementar arrecada R$ 38,6 bi no primeiro semestre

Fernando Porfirio

A Previdência Complementar arrecadou R$ 38,6 bilhões nos primeiros seis meses deste ano. O resultado equivale a um aumento de 16,92% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o setor arrecadou R$ 33 bilhões. Os dados foram apresentados ontem pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). A federação representa 22 seguradoras e 13 entidades abertas de previdência complementar no país.

No entanto, olhando o desempenho histórico do setor, o primeiro semestre de 2013 apresentou retração. A justificativa é de que o novo cenário de alta dos juros fez arrefecer o interesse do investidor pelos planos de previdência privada, afetando o preço de títulos e, como consequência, reduzindo a rentabilidade de fundos. “A Selic voltou a subir, afetando a rentabilidade dos fundos de previdência”, confirma Osvaldo Nascimento, presidente da Fenaprevi.

Os fundos de previdência complementar aplicam a maior parte de seus recursos em títulos públicos. Com a alta da Selic, o preço de revenda do título prefixado emitido quando o juro estava menor caiu. Isso porque o valor do papel é atualizado diariamente pela diferença entre a taxa de juro atual e a de emissão do título. É o que é conhecido pelos especialistas do setor de “marcação a mercado”.

A Fenaprevi, no entanto, mantém o tom otimista. Segundo a entidade, a previdência complementar aberta se tornou uma das principais modalidades de investimento para formação de poupança de longo prazo no país. Atualmente, o sistema conta com 12.760.460 contratos ativos e 95.557 pessoas já usufruindo dos benefícios (aposentadoria, pecúlio, pensão, renda por invalidez e renda a menores).

Com o desempenho do setor no período, a carteira de investimento fechou o mês de junho com R$ 354 bilhões, alta de 16,89% na comparação com os R$ 302,8 bilhões registrados em junho de 2012. Ainda segundo os dados da Fenaprevi, na comparação com junho de 2012, a carteira de investimento do VGBL, modalidade de plano indicada para quem declara o IR pelo modelo simplificado, obteve melhor desempenho com alta de 23,92%, passando de R$ 182,8 bilhões para R$ 226,6 bilhões.

No mesmo período, o PGBL, recomendado para os participantes que declaram o IR pelo formulário completo, cresceu 9,67% e registrou R$ 75,9 bilhões. Já a carteira dos planos tradicionais passou de R$ 50,1 bilhões para R$ 51 bilhões, alta de 1,66%.

Na análise por produto, os planos individuais foram o destaque, com arrecadação de R$ 34,5 bilhões. Os planos empresariais e para menores registraram novos aportes de R$ 3,3 bilhões e R$ 840,7 milhões, respectivamente, no primeiro semestre.



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