1º de outubro, Dia Internacional do Idoso: vive-se mais, porém, com qualidade?

 
Marcos Bulgarelli*
 
Em 1991, a Organização das Nações Unidos (ONU) instituiu o 1º de outubro como o Dia Internacional do Idoso. Passados 27 anos da criação da data comemorativa, o envelhecimento populacional ainda é um desafio para o mundo. 
 
O relatório “Previsões sobre a população mundial”, da ONU, apontou que nos próximos 43 anos, o número de pessoas com mais de 60 anos será três vezes maior que o atual.  A projeção é que esse segmento, em um universo de 9,2 bilhões, represente 2 bilhões de habitantes. 
 
A média geral de expectativa de vida nos países desenvolvidos, em 2050, será de 87,5 anos para os homens e 92,5 para as mulheres, enquanto nos países em desenvolvimento será de 82 anos para homens e 86 para mulheres, ou seja, 21 anos a mais do que os 62,1 e 65,2 atuais, respectivamente. 
 
No Brasil, segundo o IBGE, a expectativa subiu para 76 anos, representando significados 22 anos a mais que em 1960, quando era de 54.
 
Se por um lado esses índices representam um avanço quanto ao viver mais, em contrapartida, o desdobramento desses números impõem desafios de como viver mais, com qualidade e também como as sociedades acomodarão esse contingente de idosos. 
 
Os idosos, no Brasil, mesmo após a criação do Estatuto do Idoso, em 2003, ainda lutam para assegurar uma vida digna. Apesar da existência de muitas leis na prática, poucas funcionam. 
 
O sistema previdenciário não corrige adequadamente os benefícios, assim, ano a ano, os rendimentos dos aposentados e pensionistas ligados ao INSS são corroídos pela inflação e, consequentemente, eles sofrem com a redução do poder de compra, precarizando a vida. 
 
As cidades não estão preparadas para acomodar os idosos, que sofrem com calçadas esburacadas, moradias sem os itens de adaptação para a Terceira Idade, o tempo de abertura dos semáforos. 
 
Direitos como fila preferencial, passagem de ônibus gratuita, 50% de descontos em eventos culturais, esportivos e de lazer nem sempre são respeitados, há desmonte nos programas de distribuição de remédios de uso contínuo, o Sistema Público de Saúde disponibiliza poucos geriatras e tratamentos específicos, em contrapartida, os planos de saúde são incompatíveis com a renda, não há programas habitacionais específicos, dentre tantas outras questões, que empurram o idoso para a margem social. 
 
Neste 1º de outubro, Dia Internacional do Idoso, ainda é um desafio para as sociedades inserirem a população idosa, integrando-a à sociedade. A evolução tecnológica faz com que as pessoas vivam mais, mas a pergunta que se deve verticalizar neste momento é: como encontrar o equilíbrio para viver mais tempo, mas com qualidade de vida?
 
*Marcos Bulgarelli é Presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical.
 
 
 


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