Déficit de fundos de pensão atinge R$ 80,6 bilhões, informa Abrapp

Os fundos de pensão acumulavam déficit de R$ 80,6 bilhões até novembro de 2016, conforme dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). O rombo é 5% maior do que o de 2015, quando atingiu R$ 76,7 bilhões. Esse é o motivo para os rumores de que os fundos de pensão estejam se desfazendo de ativos. O resultado negativo é registrado por 82 fundações.

No mesmo período, 137 acumularam superávit, de R$ 19,1 bilhões, um crescimento de 37,4% em relação ao desempenho de 2015. Com a crise econômica e juros em alta, as entidades fechadas de previdência complementar adotaram uma postura cautelosa e aplicaram R$ 71,6% do patrimônio em renda fixa. Até novembro, as fundações possuíam R$ 754,5 bilhões de ativos. Desse total, somente 18,8% estavam aplicados em renda variável.

Na avaliação do presidente da Abrapp, Luís Ricardo Martins, com a perspectiva de queda de juros, as entidades fechadas de previdência complementar terão de buscar investimentos alternativos aos títulos públicos para bater as metas atuariais. "Para que isso ocorra, os gestores precisam estar capacitados para encontrar as melhores alternativas para os fundos de pensão", comenta.

A aprovação da inscrição automática no Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é uma das apostas dele para fomentar o crescimento dos fundos de pensão. Na prática, o empregado de uma empresa que possui uma entidade de previdência passará a ser participante assim que for contratado.

Nas contas da Abrapp, pelo menos 500 mil pessoas trabalham em companhias que oferecem um plano de benefícios, mas não são participantes. "Se nada mudar, em 2034 cumprimos nosso papel e o sistema acabará", alerta Martins. Os fundos de pensão brasileiros possuem 2,5 milhões de participantes e pagam R$ 34 bilhões em benefícios ao ano. Para Martins, a criação dos fundos de pensão de estados e municípios é importante para garantir renda aos trabalhadores e ajudar a reequilibrar as finanças públicas dos entes da Federação. Além disso, ele defende a criação de planos setoriais. Com agências.



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