Brasileiro poupa menos nos primeiros seis meses do ano

Números divulgados pelo Banco Central revelaram que nos últimos seis meses os brasileiros têm sacado mais do que deposita nas cadernetas de poupança. Até junho, a captação líquida - diferença dos depósitos e saques - alcançou R$ 38,5 bilhões de reais negativos.

O ano de 2014 fechou com uma captação líquida positiva de R$ 24 bilhões de reais. O acumulado de 2015 já supera, negativamente, o ano anterior em R$ 14,4 bilhões. É o pior desempenho dos últimos 20 anos na economia brasileira. De janeiro a junho, os brasileiros depositaram R$ 909,632 bilhões na poupança. No entanto, as retiradas somaram R$ 948,174 bilhões.

Apenas em junho, os investidores sacaram R$ 6,261 bilhões a mais do que depositaram na  poupança, também a pior captação líquida registrada para o mês. No mês passado, os depósitos somaram R$ 162,854 bilhões, mas os saques totalizaram R$ 169,114 bilhões.

Desde 2008, os brasileiros estavam depositando mais do que retiravam da poupança. Em 2013, sob o governo Dilma Rousseff, a capitação líquida alcançou  um patamar histórico de R$ R$ 71 bilhões positivos.

Nos últimos meses, vários fatores estão provocando a fuga de recursos da poupança. Em primeiro lugar, a alta da Selic (taxa básica de juros da economia) tornou a poupança menos atraente que outras aplicações. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a caderneta é mais vantajosa do que os fundos de investimento apenas quando as aplicações são inferiores a seis meses, apesar de a poupança ser isenta de Imposto de Renda e de taxas de administração.

A alta da inflação também contribuiu para a perda de atratividade da poupança. Nos últimos 12 meses, a caderneta rendeu 7,43%, o equivalente à Taxa Referencial mais 6,17% ao ano. A inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, no entanto, está em 8,47%, puxada pela alta de preços administrados, como combustíveis e energia. O aumento dos preços e do endividamento dos consumidores também diminui a sobra de recursos a ser aplicada na caderneta.

A fuga de recursos da caderneta provocou problemas no crédito imobiliário porque os depósitos da poupança são usados para os financiamentos de imóveis. Em maio, o Conselho Monetário Nacional (CMN) remanejou R$ 22,5 bilhões de compulsórios – parcela que os bancos são obrigados a manter depositada no Banco Central – para evitar a escassez de recursos para o setor. Com agências.



Vídeos

Apoiadores