BB Seguridade fatura menos, mas lucro cresce

Um mercado financeiro volátil e o clima seco impactaram o desempenho das carteiras de previdência e seguro agrícola da BB Seguridade, mas isso não impediu que a holding de seguros do Banco do Brasil entregasse bons resultados no primeiro trimestre. Apesar do pequeno recuo do faturamento, a recuperação do resultado financeiro das subsidiárias e a contínua melhora operacional garantiram um lucro líquido de R$ 648,7 milhões no primeiro trimestre, com um crescimento de 42,6% sobre o resultado recorrente de igual período do ano passado. O resultado veio acima do esperado pelos analistas consultados pelo Valor, que projetavam, em média, um ganho de R$ R$ 628 milhões. As informações são do jornal Valor Econômico.

O faturamento da companhia com prêmios de seguros e arrecadação de previdência e títulos de capitalização somou R$ 9,9 bilhões no trimestre, com recuo de 2,11% na comparação com igual período do ano passado. A queda das receitas foi puxada pela operação de previdência aberta, cujas contribuições caíram 16,1% de janeiro a março, para R$ 5 bilhões.

"Esses fatores não foram suficientes para parar o nosso nome preferido [no segmento] de instituições financeiras não bancárias de crescer", afirmaram os analistas do Credit Suisse em relatório. Para os analistas do UBS, a BB Seguridade foi favorecida por seu modelo de negócios "bem-sucedido", que combina seguros e corretagem.

O resultado financeiro das subsidiárias impulsionou "de forma relevante" o retorno final no período, segundo os analistas da XP Investimentos. Essa linha foi beneficiada pelo aumento da taxa média da Selic em relação a igual período do ano passado.

A BB Seguridade não divulgou o resultado financeiro consolidado de suas coligadas. A operação de seguros patrimoniais (Mapfre BB SH2) foi a que apresentou o maior ganho nessa linha, com avanço de 116% em 12 meses, para R$ 86 milhões. A unidade de seguro de vida e rural (BB Mapfre SH1) e a BB Corretora registraram avanço de 79% no ganho financeiro, para R$ 104 milhões e R$ 17 milhões, respectivamente. A Brasilcap, de títulos de capitalização, reverteu um resultado financeiro negativo e teve ganho de R$ 66 milhões.

Brasilprev: alta de 44%

Já a empresa de previdência, a Brasilprev, apresentou resultado financeiro de R$ 116 milhões, com alta de 44%. A recuperação da rentabilidade, no entanto, ainda não se traduziu em retomada da arrecadação. No relatório de resultados, a companhia explicou que o resultado fraco é reflexo ainda da volatilidade na renda fixa no ano passado, o que afetou a rentabilidade dos planos.

"No primeiro trimestre de 2014, ainda observa-se, em toda a indústria de previdência complementar aberta, um cenário adverso para arrecadação", diz a companhia. Em nota, Werner Suffert, diretor de finanças e relação com investidores da BB Seguridade, disse que números de março e abril mostram reaquecimento forte das receitas. Ainda assim, espera-se que a companhia reduza a sua meta de avanço de 33% a 47% na arrecadação de previdência em 2014.

A companhia também não cumpriu no trimestre a sua meta de crescimento para a operação de seguros patrimoniais (Mapfre BB SH2). O avanço dos prêmios emitidos no trimestre foi de 10,6%, ante meta de avanço de 19% a 26% para o ano. O desvio decorreu das vendas abaixo do esperado no segmento de automóveis.

As outras três metas traçadas pela companhia foram atingidas, tendo a arrecadação de títulos de capitalização ficado acima do teto das estimativas. O retorno sobre o patrimônio líquido médio ficou em 46,7% no primeiro trimestre, bem acima dos 34,7% de um ano antes e dentro da meta de 44% a 49% para o ano.

Outro ponto negativo citado por analistas foi o alto volume de indenizações de seguro agrícola por conta da seca no começo do ano. O volume de sinistros pagos foi de R$ 359,3 milhões, quase oito vezes o que foi pago um ano antes. Suffert lembra, porém, que a companhia tem a estratégia de pulverizar os riscos por meio de resseguros.



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