Lucro da BB Seguridade deve crescer 33%

Um volume maior de indenizações de seguro agrícola e o desempenho mais fraco em previdência privada devem ser compensados pelo resultado financeiro mais robusto. Este é o cenário que analistas de mercado esperam para o balanço da BB Seguridade no primeiro trimestre. A média das estimativas de quatro analistas consultados pelo jornal Valor Econômico aponta lucro líquido de R$ 628 milhões, com avanço de 33% na comparação com igual período do ano passado.

"Esperamos um forte reconhecimento de prêmios de seguros e resultado financeiro, beneficiado por taxas de juros elevadas e menos voláteis, fazendo um robusto resultado para o primeiro trimestre de 2014", escrevem os analistas do Bradesco em relatório. O resultado será divulgado amanhã, antes da abertura do mercado.

As afiliadas da BB Seguridade devem apresentar notável aumento nos resultados financeiros, segundo os analistas do Itaú BBA. Eles projetam que as subsidiárias da holding de seguros do Banco do Brasil apresentem, de forma conjunta, resultado financeiro de R$ 267 milhões, com avanço de 23% na comparação trimestral e de 130% na relação anual.

O analista da Fator Corretora Pedro Zabeu avalia que o melhor resultado financeiro deve vir casado com um bom resultado operacional. Ele lembra que, por ser uma seguradora de banco, a BB Seguridade conta com uma base de clientes mais cativa e, por isso, consegue manter uma política de precificação de risco melhor.

O Itaú BBA prevê que a companhia apresente faturamento com prêmios de seguros e contribuições de previdência e planos de capitalização de R$ 11,9 bilhões, com crescimento de 17% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, mas recuo de 8,3% sobre o trimestre anterior.

"Esperamos ver uma contração nos prêmios subscritos e nas contribuições na relação com o quarto trimestre, principalmente em função do fraco desempenho sazonal, o que explica a nossa expectativa de contração no lucro líquido na relação trimestral", escrevem os analistas em relatório.

Na comparação anual, os analistas do Bradesco projetam que a BB Seguridade apresente resultados sólidos, apesar do mau desempenho em seguro agrícola e em planos de previdência. "Para a operação de seguro agrícola, foi recentemente noticiado na imprensa que as perdas devem ser altas, com colheitas perdidas devido à seca em toda a região Sudeste. A companhia reconheceu isso e estimou, com base em dados públicos, que o potencial impacto negativo líquido pode chegar a R$ 25 milhões, mas poderia ficar abaixo disso dependendo das reivindicações reais", diz o Bradesco em relatório. Os analistas ponderam que, apesar do desempenho ligeiramente inferior no trimestre, as perdas nesta linha são sazonais e a expectativa é que sejam diluídas pelos prêmios ao longo do ano.

Quanto às contribuições de previdência, os analistas do Bradesco estimam que os planos da seguradora tenham apresentado ingressos líquidos no trimestre, embora provavelmente muito abaixo da expectativa. "Essa expectativa relativamente modesta para o trimestre nos faz pensar sobre a possível performance das contribuições versus a meta exagerada traçada pela empresa para 2014 (avanço entre 33% e 47%), o que pode colocar a meta para o ano todo em risco", diz o Bradesco.

A Bradesco Seguros, que divulgou seus resultados junto com o do banco controlador na semana passada, mostrou recuo nas contribuição de previdência. A arrecadação dos planos, que responde por 35% dos negócios da seguradora, caiu 16,6% no trimestre em relação a um ano antes.

O mau desempenho dessa carteira em 2013, resultado da grande volatilidade na renda fixa e de mudanças nas regras de aplicação dos ativos dos planos, fez com que o Bradesco estimasse um crescimento menor do faturamento para toda a seguradora em 2014. A projeção é de avanço entre 9% e 12%, ante meta de 12% a 15% no ano passado. Em 2013, a receita cresceu 12,3% em relação a 2012.

Se em previdência o cenário não é muito bom, em títulos de capitalização a BB Seguridade entregou mais um acordo que era esperado pelo mercado. A companhia anunciou na última sexta-feira o acordo que vai possibilitar a comercialização de produtos de capitalização nas agências do Banco do Brasil oriundas do Banco Nossa Caixa.

O BB, a BB Corretora, a Icatu Capitalização e a Brasilcap firmaram um instrumento que formaliza a cessão pela Icatu Cap à Brasilcap de seus direitos e obrigações como parceira no acordo operacional para comercialização de títulos de capitalização (acertado no fim de 2007 entre a Icatu Cap e a Nossa Caixa) e a cessão pelo BB à BB Corretora dos direitos de comercialização desses títulos nas agências do BB oriundas da Nossa Caixa. A Brasilcap terá que pagar à Icatu Cap R$ 61,7 milhões.



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